Benedita da Silva nasceu em 1947, numa comunidade pobre da zona norte do Rio de Janeiro. Desde cedo sentiu na pele a desigualdade, o racismo e a exclusão que marcavam a vida de muitas negras brasileiras. Essa experiência virou combustível para sua militância, que começou nos anos 70, quando ainda era muito difícil para uma mulher negra entrar nos espaços de poder.
Ela se juntou ao PT nas primeiras fases do partido e rapidamente se destacou como voz articulada dos mais marginalizados. Em 1995, Benedita fez história ao ser eleita deputada federal, a primeira mulher negra a ocupar esse cargo. Foi um marco não só para ela, mas para todo um segmento que nunca havia sido representado no Congresso.
No Legislativo, Benedita trabalhou forte por políticas públicas de assistência social, educação e saúde. Ela ajudou a criar a Lei da Bolsa Família, que tirou milhões da miséria, e foi protagonista de projetos de lei que garantiam direitos às pessoas com deficiência e à população trans. Também defendeu a regularização fundiária das comunidades periféricas, algo que ainda gera debates nos corredores do poder.
Em 2017, chegou ao Senado, novamente como a primeira mulher negra a ocupar a cadeira. Lá, continuou a pressionar por igualdade racial, por ações afirmativas nas universidades e por uma reforma do sistema de justiça que fosse menos punitiva e mais restauradora. Seu estilo direto, às vezes polêmico, ganhou admiradores e críticos, mas nunca deixou dúvidas de que sua missão era fazer justiça para quem nunca tinha voz.
Além das conquistas legislativas, o legado de Benedita da Silva está na inspiração que oferece a jovens de comunidades vulneráveis. Seu discurso sempre foi simples: “Se eu consegui, você também pode”. Essa mensagem ressoa nas escolas, nos bairros e nas redes sociais, estimulando uma nova geração a entrar na política, a estudar e a lutar pelos seus direitos.
Hoje, mesmo fora do cargo eletivo, Benedita mantém projetos sociais, como o Instituto Benedita da Silva, que oferece cursos profissionalizantes e apoio jurídico a moradores de favelas. Ela ainda participa de debates na TV, escreve colunas e dá palestras, mantendo sua presença viva no debate público.
Se você ainda não conhece bem a história dela, vale a pena acompanhar seu trabalho. Não é só uma questão de política; é sobre reconhecer que a luta por igualdade ainda tem muito a percorrer, e quem já abriu caminhos como Benedita da Silva faz parte desse caminho.
Em resumo, Benedita da Silva virou sinônimo de resistência, perseverança e mudança. Seu nome está gravado nos livros de história, mas o mais importante é que ela continua presente nos corações de quem acredita que o Brasil pode ser mais justo. E aí, pronto para seguir o exemplo e fazer a diferença na sua comunidade?
Postado por Davi Augusto Ativar 4 jul, 2024 Comentários (0)
A Deputada Benedita da Silva (PT-RJ) acusou Carla Zambelli (PL-SP) de discriminação racial após ser chamada de 'Chica da Silva' durante uma transmissão ao vivo. Benedita, figura importante na Bancada Feminina da Câmara, expressou tristeza e desapontamento com o comentário, considerado por ela como uma 'violenta discriminação racial'. A bancada do PT registrou uma queixa contra Zambelli argumentando racismo na Corregedoria da Casa Legislativa.