Resistência Negra: o que é, por que importa e como se manifesta hoje

A gente costuma falar de resistência negra como se fosse um conceito distante, mas na prática ela está no nosso dia a dia – nas festas de rua, nos trabalhos de artistas, nos debates nas universidades e até nas campanhas das redes sociais. É a soma de mil histórias de quem não aceitou ser silenciado e lutou para garantir espaço, identidade e direitos.

Raízes históricas: da escravidão à abolição

Desde o Brasil colonial, o povo negro já mostrava como sobreviver e resistir. Quilombos como o de Palmares eram mais que refúgios; eram declarações de que a liberdade era possível. Já no século XIX, figuras como José do Patrocínio e o movimento abolicionista mostraram que a luta não era só nas terras, mas também nos corredores do poder.

Esses líderes provaram que resistência não é só briga armada, mas também discurso, escrita e organização. A imprensa negra da época, os jornais e panfletos, ajudaram a espalhar a ideia de igualdade e inspiraram gerações futuras.

Movimentos contemporâneos: de 1970 aos dias atuais

Na década de 1970, o movimento negro ganhou força nas universidades e nas cidades. A criação do Dia da Consciência Negra (20 de novembro) foi um marco: lembra o assassinato de Zumbi dos Palmares e reforça a importância da memória histórica.

Hoje, organizações como o Movimento Negro Unificado (MNU) e o Geledés trabalham em frentes diferentes: combate ao racismo institucional, políticas afirmativas, educação antirracista. Nas redes, hashtags como #VidasNegrasImportam e #ResistênciaNegra viralizam, mostrando que a luta se adapta às novas tecnologias.

Além disso, a cultura – música, literatura, cinema – continua sendo arma poderosa. O rap, o samba de raiz, o axé e o cinema negro trazem narrativas que desafiam estereótipos e dão voz a quem antes era invisível.

Se você quer se envolver, comece lendo autores como Abdias Nascimento, Quatro Hombres, Djamila Ribeiro. Participe de eventos locais, como rodas de capoeira, museus de história negra ou debates nas escolas. Cada pequeno gesto ajuda a ampliar a rede de resistência.

Por fim, lembre‑se: resistência negra não é algo do passado. É um movimento vivo que pede apoio, conhecimento e ação de todos. Quando compartilhamos informação e apoiamos políticas públicas que garantam igualdade, estamos contribuindo para um Brasil mais justo.

25 de Julho: Dia Internacional da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha e Dia Nacional de Tereza de Benguela

Postado por Davi Augusto Ativar 25 jul, 2024 Comentários (0)

25 de Julho: Dia Internacional da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha e Dia Nacional de Tereza de Benguela

O dia 25 de julho é marcado como o Dia Internacional da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha e o Dia Nacional de Tereza de Benguela. Esta data celebra a resistência das mulheres negras, em especial a de Tereza de Benguela, líder do Quilombo de Quariterê no Brasil no século XIX. A ONU reconheceu a data após a 1ª Reunião de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Caribenhas em 1992.