Ditadura Militar no Brasil: o que aconteceu e por que ainda importa

Entre 1964 e 1985 o Brasil viveu sob um regime militar que mudou tudo: política, economia, imprensa e a vida das pessoas. Se você acha que esse período acabou lá atrás, está enganado – os efeitos ainda aparecem nos debates, nas leis e até nas piadas de família.

Como começou e quem pegou o poder

Em 31 de março de 1964, um movimento de oficiais das Forças Armadas depôs o presidente João Goulart. O golpe foi apoiado por parte da elite, da imprensa e dos Estados Unidos, que temiam um governo de esquerda. O presidente da República passou a ser um militar, e a Constituição de 1946 foi suspensa.

Os primeiros anos foram marcados por decretos-ley, que permitiam prender, censurar e fechar organizações sem precisar de aprovação do Congresso. A famosa AI-5, assinada em 13 de dezembro de 1968, deu ao regime o poder de fechar o Parlamento, cassar mandatos e institucionalizar a censura total.

Impactos na sociedade e na cultura

Milhares de pessoas foram presas, torturadas ou forçadas ao exílio. O nome de agentes de segurança virou sinônimo de medo nas cidades. Ao mesmo tempo, o regime investiu em grandes obras de infraestrutura – as rodovias e a usina de Itaipu são exemplos que ainda dão frutos.

Na cultura, artistas e escritores tiveram que driblar a censura. Canções de protesto foram disfarçadas em metáforas, e algumas obras só foram publicadas depois da abertura política. Esse jeito de “contornar” inspirou gerações de criadores que aprenderam a falar de forma codificada.

Economicamente, o regime seguiu uma política de milagre econômico nos anos 70, com crescimento acelerado, mas que acabou escorregando para a crise da dívida externa no fim da década.

Transição e a memória do regime

Nos anos 80, a pressão popular aumentou. Manifestações como o Diretas Já mobilizaram milhões pedindo eleições diretas. Em 1985 o general João Figueiredo deixou o cargo e o poder passou a civis, encerrando a ditadura.

A memória desse período ainda gera debates acalorados. Enquanto alguns lembram “ordem” e “progresso”, vítimas e seus familiares lutam por reconhecimento, compensação e verdade. Comissões da verdade, projetos de lei de anistia parcial e museus são tentativas de preservar essa história.

Hoje, entender a ditadura militar ajuda a reconhecer sinais de autoritarismo, a valorizar a liberdade de expressão e a evitar repetições. Se você ainda tem dúvidas ou quer saber mais, procure livros de historiadores como Jorge Silva ou visite arquivos digitais que trazem documentos desclassificados.

Em resumo, a ditadura militar foi um capítulo complexo que ainda ecoa nas ruas, nas leis e nas conversas de família. Conhecer os fatos, os impactos e as lições é essencial para construir um futuro mais consciente e democrático.

Morte de Delfim Netto: O Legado do Ex-Ministro da Fazenda aos 96 Anos

Postado por Davi Augusto Ativar 12 ago, 2024 Comentários (0)

Morte de Delfim Netto: O Legado do Ex-Ministro da Fazenda aos 96 Anos

Delfim Netto, ex-Ministro da Fazenda e do Planejamento do Brasil, faleceu aos 96 anos. Conhecido por sua influência nas políticas econômicas durante a ditadura militar e no período democrático subsequente, Netto foi uma figura central por décadas. Sua gestão é lembrada pelo 'Milagre Econômico' dos anos 70, mas também é objeto de controvérsias devido ao contexto autoritário da época.