DENARC e Receita Federal apreendem 1,2 t de cocaína na Redinha (RN)

DENARC e Receita Federal apreendem 1,2 t de cocaína na Redinha (RN)

Postado por Davi Augusto Ativar 1 out, 2025 Comentários (12)

Quando Carlos Silveira, delegado-chefe da Delegacia Especializada em Narcóticos (DENARC) coordenou a ação‑tática junto ao Receita Federal, 1,2 tonelada de cocaína foi apreendida no bairro da Redinha, em Natal na manhã de 29 de setembro de 2025. A droga, avaliada em mais de R$ 150 milhões, representa um dos maiores golpes já aplicados ao tráfico de entorpecentes no Nordeste.

Contexto do tráfico no Nordeste brasileiro

O estado do Rio Grande do Norte, por estar na rota das correntes marítimas que ligam o Pacífico à Europa, tem sido alvo de organizações criminosas que buscam pontos de armazenagem próximos ao mar e ao ar. Historicamente, a região tem servido como "porta de entrada" para cocaína proveniente da Colômbia e do Peru, antes de ser distribuída para capitais do Sudeste e do Centro‑Oeste.

Segundo dados da Polícia Federal, entre 2020 e 2024 o volume de apreensões no estado aumentou 38 %, refletindo a adaptação das quadrilhas às fiscalizações mais rígidas nos grandes portos do Sudeste. A Redinha, com sua proximidade ao Aeroporto Internacional Governador Aluízio Alves e ao porto de Natal, ganha contornos estratégicos nas escolhas dos traficantes.

Detalhes da operação e da apreensão

A ação, batizada de Operação Costa AzulRedinha, Natal, foi fruto de um longo trabalho de inteligência que durou quase oito meses. Oficiais da DENARC, apoiados por equipes da Receita Federal, monitoraram movimentações suspeitas de carga nas áreas próximas ao cais e identificaram um depósito improvisado em uma casa de frente para a praia.

Na manhã de 29 de setembro, agentes invadiram o local, encontrando sacos hermeticamente lacrados contendo 1 200 kg de cocaína em pó. A mercadoria foi imediatamente recolhida, preservando a cadeia de custódia para futuras investigações criminais.

O valor estimado de R$ 150 milhões foi calculado com base em preços médios do mercado ilícito — cerca de R$ 125 mil por quilograma, segundo o Conselho de Segurança Pública. Essa quantia representa um recuo significativo nos lucros das facções que operam na região.

Reações das autoridades e da comunidade

Em coletiva de imprensa, o superintendente da Receita Federal para o Nordeste, João Martins, destacou a importância da cooperação interinstitucional: "Quando unimos a expertise investigativa da DENARC com a capacidade de fiscalizar fronteiras da Receita Federal, conseguimos desarticular redes que, de outra forma, permaneceriam invisíveis".

O governador do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, elogiou o trabalho conjunto e prometeu reforçar os investimentos em tecnologias de monitoramento marítimo. "A Redinha pode ser um ponto turístico, mas não será refúgio para o crime", afirmou.

Moradores do bairro, porém, expressaram preocupações sobre a segurança nas próximas semanas. "A gente já viu coisas estranhas, mas agora tem a polícia aqui, o que esperamos é que não haja retaliações", disse Maria da Conceição, comerciante local.

Impactos para o crime organizado

Especialistas em segurança pública apontam que a apreensão pode desencadear um efeito dominó nas rotas de tráfico. O professor André Lima, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, observa que "perdas desse porte forçam as organizações a buscar novos corredores, muitas vezes mais arriscados, o que pode elevar a violência nas áreas de transição".

Além disso, a polícia federal já indica que parte da carga aparentemente estava destinada ao mercado europeu, o que abre a possibilidade de investigações internacionais. Autoridades da DEA (Drug Enforcement Administration) dos EUA foram notificadas, segundo fontes próximas ao caso.

Próximos passos e investigação

Com a droga já sob custódia, a fase de inquérito se concentra em rastrear os responsáveis pela importação e distribuição. A operação identificou duas placas de veículos suspeitos, ambos registrados em nome de empresas de fachada em São Paulo. A DENARC pretende solicitar mandados de busca em três cidades: Recife, Fortaleza e São Paulo.

Enquanto isso, a Receita Federal reforçará a fiscalização nos pontos de entrada portuários do Nordeste, incluindo a adoção de scanners de alta resolução para contêineres. O objetivo, segundo o superintendente João Martins, é "impedir que novos carregamentos cheguem ao território nacional antes que a investigação revele as rotas exatas".

Perguntas Frequentes

Perguntas Frequentes

Como a apreensão afeta o mercado de cocaína no Nordeste?

A retirada de 1,2 tonelada retira cerca de 0,8 % da oferta estimada na região, provocando aumento de preços e pressão sobre as rotas alternativas utilizadas pelos traficantes.

Quem são os principais responsáveis pela operação?

A ação foi conduzida pela DENARC, liderada pelo Delegado Carlos Silveira, em parceria com a Receita Federal, comandada pelo superintendente João Martins.

Qual a reação da comunidade da Redinha?

Os moradores expressaram alívio pela presença policial, mas também preocupação com possíveis retaliações e com a necessidade de melhorar a segurança local.

Quais são os próximos passos da investigação?

A polícia seguirá rastreando as empresas de fachada ligadas ao carregamento, solicitará buscas em três estados e cooperará com agências internacionais, como a DEA.

O que isso indica sobre a estratégia de combate ao tráfico no Brasil?

A operação demonstra que a integração entre órgãos federais e estaduais pode gerar resultados expressivos, sugerindo que futuras ações seguirão o modelo de cooperação entre a DENARC e a Receita Federal.

Comentários

Joseph Tiu
Joseph Tiu
outubro 1, 2025 21:06

A união entre a DENARC e a Receita Federal mostrou que cooperação interagências é essencial, principalmente em regiões estratégicas como a Redinha, onde o fluxo marítimo facilita o tráfico, e a presença de facções busca explorar essas lacunas. Operações bem planejadas, como a Costa AzulRedinha, demostram que o planejamento de inteligência pode antecipar movimentos dos criminosos, evitando perdas de vidas e recursos. É animador ver resultados concretos, e esperamos que isso inspire novas estratégias em todo o país.

Lauro Spitz
Lauro Spitz
outubro 6, 2025 00:33

Ah, claro, mais uma operação grandiosa e, aparentemente, sem nenhum risco de retaliação 😒.

Eder Narcizo
Eder Narcizo
outubro 10, 2025 04:00

A escala dessa apreensão poderia muito bem ser o auge de um blockbuster de ação, sacos de cocaína surgindo como vilões em câmera lenta! Só falta a música épica ao fundo 🎬.

Leonard Maciel
Leonard Maciel
outubro 14, 2025 07:26

A apreensão de 1,2 tonelada de cocaína na Redinha traz à tona a importância de uma abordagem multidisciplinar no combate ao tráfico. Primeiramente, a cooperação entre a DENARC e a Receita Federal permite cruzar informações de inteligência que, isoladamente, teriam alcance limitado. Em segundo lugar, a presença de agentes nas áreas portuárias e nas rotas de transporte terrestre reduz consideravelmente as oportunidades de ocultação de carga ilícita. Além disso, o uso de tecnologias avançadas, como scanners de alta resolução, aumenta a taxa de detecção sem a necessidade de abordagens invasivas. Do ponto de vista jurídico, a preservação da cadeia de custódia assegura que a prova seja admissível em processos futuros, fortalecendo o caso contra os responsáveis. Socialmente, a operação tem efeito dissuasivo, pois demonstra que mesmo grandes carregamentos não passam impunes. Economicamente, a retirada de mais de R$ 150 milhões do fluxo de caixa das facções impacta sua capacidade de investimento em armas e suborno. É relevante notar que a Redinha, apesar de ser zona turística, se tornou ponto vulnerável devido à proximidade com a infraestrutura aeroportuária e portuária. Por isso, políticas públicas que invistam em monitoramento contínuo e na integração de dados entre órgãos são essenciais. A comunidade local, ao sentir a presença reforçada da polícia, pode experimentar um aumento de sensação de segurança, embora seja natural surgirem temores de retaliações. Ainda assim, a transparência nas comunicações oficiais ajuda a mitigar rumores e a construir confiança entre autoridades e cidadãos. No cenário internacional, a notificação à DEA abre portas para cooperação além das fronteiras, facilitando a desmontagem de redes transnacionais. A longo prazo, o desmantelamento de rotas alternativas pode deslocar o tráfico para áreas ainda menos monitoradas, exigindo adaptações constantes das estratégias de combate. Portanto, a operação deve ser vista como um ponto de partida para um esforço contínuo, não como um fim em si. Em síntese, o sucesso da Costa AzulRedinha exemplifica como a sinergia entre diferentes polos de segurança pode gerar resultados expressivos, servindo de modelo para futuras ações no país.

Vivi Nascimento
Vivi Nascimento
outubro 18, 2025 10:53

A iniciativa demonstra que o investimento em inteligência, aliado ao monitoramento de fluxos marítimos, pode efetivamente interromper rotas consolidadas, porém é crucial também reforçar a presença permanente nas comunidades afetadas, para que a sensação de segurança seja sustentada, e não apenas pontual.

Charles Ferreira
Charles Ferreira
outubro 22, 2025 14:20

É um marco importante pra segurança aqui.

Bruna Fernanda
Bruna Fernanda
outubro 26, 2025 17:46

Se a gente fica só na promessa de “mais segurança”, já chega a ser piada, né?

Aline Tongkhuya
Aline Tongkhuya
outubro 30, 2025 21:13

Essa operação é tipo um upgrade na defesa da Redinha, sacou? Os caras tão usando high‑tech, dumping de drogas, e ainda dão aquela boost na moral da comunidade, tudo num pacote de segurança 5G‑style.

jefferson moreira
jefferson moreira
novembro 4, 2025 00:40

Precisamos de mais ações assim; a corte‑de‑frente funciona.

Rodrigo Sampaio
Rodrigo Sampaio
novembro 8, 2025 04:06

Que energia essa operação trouxe, galera! Ver a DENARC e a Receita juntas e ainda com aquele toque de tecnologia de ponta fez a gente se sentir orgulhoso de ser brasileiro. Continuem assim, que o país agradece!

Bruna Matos
Bruna Matos
novembro 12, 2025 07:33

Essa apreensão não é apenas um número, é um golpe direto no coração das organizações criminosas que tanto afetam o nosso Brasil. Quando vemos mais de um milhão de reais evaporarem das mãos de traficantes, sentimos um alívio coletivo que vai além da estatística. É claro que o tráfico não desaparece de uma hora para outra, mas cada operação desse porte envia um recado de que a polícia está de olho. A Redinha, apesar da sua cara de bairro tranquilo, tem sido um palco improvisado para atividades ilícitas que põem em risco a tranquilidade da população. O fato de as autoridades brasileiras terem conseguido atuar em conjunto, sem depender de ajuda externa, demonstra maturidade institucional. Ainda assim, não podemos fechar os olhos para as possíveis retaliações que podem surgir nas comunidades vizinhas, e isso exige um plano de ação preventiva. A cooperação com a DEA é sinal de que o problema ultrapassa fronteiras, mas também mostra que o Brasil tem capacidade de dialogar e combater em nível internacional. Portanto, celebramos essa vitória, mas mantemos os olhos bem abertos para as próximas jogadas dos traficantes. Que essa operação sirva de exemplo para outras regiões, reforçando a mensagem de que o Brasil não vai tolerar o tráfico de drogas.

Fred docearquitetura
Fred docearquitetura
novembro 16, 2025 11:00

Entendo a preocupação da comunidade, mas precisamos ser firmes e não deixar que ameaças intimidem a ação policial.

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