Tereza de Benguela – quem foi e por que ainda inspira

Se você ainda não ouviu falar de Tereza de Benguela, está na hora de conhecer uma das figuras mais corajosas da resistência negra no Brasil. Ela não era só mais uma pessoa na história, mas uma líder que enfrentou a escravidão e ajudou a montar um dos quilombos mais conhecidos da época. A história dela vem de um tempo em que os negros eram tratados como mercadoria, mas a força de Tereza mostrou que a luta por liberdade tem cara de gente comum que se recusa a aceitar o que é imposto.

Origem e trajetória

Tereza nasceu em Benguela, Angola, e chegou ao Brasil como escrava. O nome “de Benguela” já conta parte da sua história: era um jeito de identificar sua origem africana numa terra que queria apagar tudo isso. Depois de ser vendida, ela conseguiu fugir e se juntar ao Quilombo dos Palmares, um dos maiores e mais resistentes refúgios de escravos fugitivos. Lá, Tereza se destacou por sua liderança, organizando as defesas e ajudando a estruturar a comunidade. Ela não só lutou contra os bandeirantes, mas também cuidou da vida cotidiana, garantindo comida e segurança para todos.

Legado e referências atuais

O nome de Tereza de Benguela ainda ecoa nos movimentos sociais de hoje. Quando grupos de jovens negros falam de resistência, citam a coragem dela como exemplo de como a luta pode ser feita de forma coletiva. Escolas, projetos culturais e até algumas iniciativas de turismo histórico usam sua história para lembrar que a liberdade não chega de graça. A presença de Tereza nas discussões sobre reparações e memória esclavagista mostra que o passado ainda tem um lugar forte nas decisões presentes.

Além disso, a figura dela ajuda a preencher um vazio nos livros de história que, por muito tempo, esqueceram das mulheres negras que lideraram. Hoje, historiadores estão revisitando arquivos, relatos orais e documentos para montar um retrato mais completo da sua vida. Essa nova atenção traz um sentido de justiça para quem ainda sente o peso da exclusão.

Se você quer entender como a resistência negra se desenvolveu no Brasil, estudar Tereza de Benguela é essencial. Ela nos mostra que a luta não é só de grandes batalhas, mas também dos pequenos atos de coragem do dia a dia. Cada decisão dela – fugir, organizar, proteger – acabou criando um caminho que ainda inspirou gerações.

Então, da próxima vez que ouvir falar de quilombos ou da história da escravidão, lembre-se de Tereza. Ela é a prova viva de que, mesmo nas piores circunstâncias, a dignidade e a vontade de mudar podem transformar a realidade. E quem sabe, ao conhecer mais sobre ela, você também encontre um jeito de contribuir para um futuro mais justo para todos.

25 de Julho: Dia Internacional da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha e Dia Nacional de Tereza de Benguela

Postado por Davi Augusto Ativar 25 jul, 2024 Comentários (0)

25 de Julho: Dia Internacional da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha e Dia Nacional de Tereza de Benguela

O dia 25 de julho é marcado como o Dia Internacional da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha e o Dia Nacional de Tereza de Benguela. Esta data celebra a resistência das mulheres negras, em especial a de Tereza de Benguela, líder do Quilombo de Quariterê no Brasil no século XIX. A ONU reconheceu a data após a 1ª Reunião de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Caribenhas em 1992.