Piauí lidera emissão da nova Carteira de Identidade Nacional com 40% da população documentada e decreto torna documento obrigatório para servidores

Piauí lidera emissão da nova Carteira de Identidade Nacional com 40% da população documentada e decreto torna documento obrigatório para servidores

Postado por Davi Augusto Ativar 10 nov, 2025 Comentários (11)

Em um movimento que redefine a relação entre cidadão e Estado, o Rafael Fonteles, governador do Piauí, assinou em 16 de setembro de 2025 um decreto que torna obrigatória a emissão da Carteira de Identidade Nacional (CIN) para todos os servidores públicos estaduais — efetivos, comissionados, terceirizados, ativos, inativos e pensionistas. A medida, anunciada no Espaço da Cidadania Digital em Teresina, não é apenas um ato administrativo: é um sinal claro de que o estado está disposto a ser o primeiro no Brasil a ter toda a sua população documentada com o novo modelo de identidade. E o resultado já aparece: 40% dos piauienses já têm a CIN em mãos — mais de 1,5 milhão de documentos emitidos —, superando o Acre, que registra 28%. O Piauí não só lidera, mas está criando um padrão nacional.

Um município inteiro, um documento único

Novo Santo Antônio — um pequeno município de menos de 10 mil habitantes no interior do Piauí — tornou-se o primeiro lugar do país com 100% da população documentada com a nova CIN. Isso não é acaso. Foi fruto de campanhas itinerantes, parcerias com escolas, igrejas e associações de bairro, e um trabalho de campo constante. Enquanto outros estados ainda discutem logística, o Piauí já resolveu: ninguém fica para trás. O Instituto de Identificação Digital Félix Pacheco (IIDFP), vinculado à Secretaria de Estado da Segurança Pública do Piauí (SSP-PI), opera em mais de 190 postos distribuídos por todas as regiões do estado. A primeira via é gratuita. Basta CPF, comprovante de residência e certidão de nascimento ou casamento atualizada. Nada de burocracia desnecessária. Nada de filas eternas.

Um documento que muda a vida real

A CIN não é só um papel novo. É um sistema. Ela usa o CPF como identificador único — algo que acaba com a bagunça de números diferentes em diferentes órgãos. Quem tem a CIN pode abrir conta no banco, acessar benefícios sociais, fazer exames no SUS ou até viajar para países do Mercosul sem precisar carregar vários documentos. E, se quiser, nem precisa do plástico: a versão digital está no app gov.br. O design é moderno, com QR Code, chip e elementos de segurança que dificultam falsificação. Mas o mais importante? A validade. Para menores de 12 anos, vale 5 anos. De 12 a 60 anos, 10 anos. Acima de 60, não tem prazo. E o velho RG? Ele vai perder a validade em 2032. A partir daí, só CIN, CNH ou passaporte serão aceitos no Brasil como documento de identidade oficial.

Quem ganha com isso? Todos.

O impacto é imediato. Em novembro de 2025, durante a ação itinerante na Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), servidores puderam tirar a CIN sem sair do prédio. Luís Marcelo, superintendente da Semarh, explicou: “É valorização. Não adianta cobrar eficiência dos servidores se eles precisam perder um dia inteiro para tirar um documento que, na verdade, é direito.” E não é só isso. Mais de 117 mil estudantes entre 14 e 18 anos já se documentaram antes do Enem 2025, marcado para 9 e 16 de novembro. “Muitos perdem a prova por esquecerem o RG. A CIN é mais fácil de lembrar, mais segura, e não vence”, diz Marcelo Mascarenha, superintendente do IIDFP.

O que os especialistas dizem?

A segurança do sistema gera debate. Isaías de Queiroz Ramos, professor de Cibersegurança da PUC-Campinas, alerta: “Nenhum sistema é 100% à prova de ataques. Mas o que o Piauí e o governo federal estão fazendo é construir maturidade digital — resiliência, não ilusão.” Ele elogia a integração entre bases de dados e a transparência no processo. “O Brasil já teve experiências fracassadas com identidade. Aqui, o foco está no cidadão, não no sistema.”

Para onde vamos agora?

A meta é clara: 100% da população piauiense com a CIN até 2026. Para isso, o governo amplia as ações móveis, leva postos para feiras, escolas e até centros de saúde. O que antes era um sonho de cidadania digital virou realidade cotidiana. E o exemplo está sendo observado por outros estados. O Acre, que aparece em segundo lugar, já começou a copiar modelos piauienses. Mas o Piauí não para. Ele está mostrando que documentar a população não é uma tarefa burocrática — é um ato de justiça social. Quem tem identidade tem direitos. Quem tem direitos, tem voz. E o Piauí está dando voz a todos.

Frequently Asked Questions

Como posso tirar a Carteira de Identidade Nacional no Piauí?

Basta ir a um dos mais de 190 postos de atendimento do Instituto de Identificação Digital Félix Pacheco, apresentar CPF, comprovante de residência e certidão de nascimento ou casamento atualizada. A primeira via é gratuita, e o processo leva em média 15 minutos. Também é possível agendar pelo app gov.br.

A Carteira de Identidade Nacional substitui o RG?

Sim, mas não imediatamente. O RG antigo ainda é válido até 2032, quando será descontinuado oficialmente. A partir dessa data, apenas a CIN, CNH e passaporte serão aceitos como documentos de identidade em todo o Brasil. Quem já tem a CIN pode descartar o RG, mas não é obrigatório trocar antes de 2032.

Por que o Piauí está tão à frente de outros estados?

Por causa de uma estratégia focada em acessibilidade e logística: postos móveis, parcerias com secretarias, ações em escolas e a eliminação de custos. O estado não espera que o cidadão vá até o governo — o governo vai até o cidadão. Isso, somado à liderança do governador Rafael Fonteles, criou um modelo replicável.

A versão digital da CIN tem o mesmo valor legal que a física?

Sim. A versão digital, acessada pelo app gov.br, tem validade jurídica plena e pode ser usada em qualquer serviço público ou privado que exija identificação. Ela é atualizada automaticamente, não vence e pode ser acessada mesmo sem internet, por meio de QR Code impresso.

Quais são as vantagens da CIN para estudantes que vão fazer o Enem?

Além de ser o único documento aceito após 2032, a CIN é mais segura e fácil de lembrar — basta saber o CPF. Mais de 117 mil estudantes piauienses já se documentaram antes do Enem 2025, evitando problemas no dia da prova. A SSP-PI recomenda que todos os candidatos verifiquem o documento com antecedência, pois não há remarcação por falta de identidade.

A CIN é válida para viagens internacionais?

Sim, mas apenas para países do Mercosul — como Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai. Não substitui o passaporte para viagens fora do bloco. Para esses destinos, o documento internacional continua sendo obrigatório. A CIN facilita a entrada em fronteiras do Mercosul, reduzindo filas e burocracia.

Comentários
Leandro Moreira
Leandro Moreira
novembro 11, 2025 20:43

A CIN no Piauí é o único exemplo de governo que realmente funciona. Nenhum outro estado tem coragem de fazer isso sem burocracia. Eles não esperam o cidadão ir até eles - vão até o cidadão. Isso é liderança, não administração.
Se todos os governadores tivessem essa mentalidade, o Brasil seria outro país.
Parabéns, Piauí.

Geovana M.
Geovana M.
novembro 13, 2025 02:12

40% da população com documento? Sério? E os que não têm CPF? Os que vivem em favelas sem comprovante de residência? Isso é documentação ou exclusão disfarçada de progresso?
Todo mundo quer parecer moderno, mas esquece que nem todo mundo tem acesso a internet, nem a um cartório.

Carlos Gomes
Carlos Gomes
novembro 13, 2025 11:30

Geovana, você tem razão em questionar a acessibilidade, mas o que o Piauí fez foi criar um sistema de inclusão ativa - não passivo. Eles levam postos móveis para áreas remotas, trabalham com escolas, igrejas, associações. O problema não é o documento, é a falta de investimento em logística em outros estados.
A CIN é o primeiro passo para um estado digital, mas só funciona se o governo se mover junto com a população. O Piauí fez isso. O resto só fala.
E sim, o CPF como identificador único é genial. Elimina duplicidade, erro humano, fraudes. Isso não é utopia - é tecnologia aplicada com propósito.

Flávia Leão
Flávia Leão
novembro 14, 2025 01:19

Claro, claro... o Piauí é o novo Japão da identidade. 100% da população de um município de 10 mil habitantes documentada? Que milagre é esse? Será que ninguém perguntou se essas pessoas realmente queriam? Ou só foi imposto como se fosse um mandamento divino?
Eu acho que a CIN é legal, mas o discurso de "justiça social" tá parecendo propaganda de campanha eleitoral. Ainda bem que o RG não morre ainda em 2032 - vai precisar dele quando a CIN der problema, e vai dar.
Se o governo é tão eficiente, por que não resolve a saúde primeiro? Mas enfim... cada um com seu sonho.

Cristiane L
Cristiane L
novembro 15, 2025 07:15

Alguém sabe se a versão digital da CIN funciona mesmo sem internet? Porque o artigo diz que dá pra usar o QR Code impresso, mas como isso funciona na prática? E se o QR for rasgado ou apagado?
Quero entender melhor antes de tentar tirar a minha. Não quero acabar na fila de novo.

Andre Luiz Oliveira Silva
Andre Luiz Oliveira Silva
novembro 16, 2025 08:52

Caraca, mano! O Piauí tá fazendo o que o resto do Brasil sonha em fazer! 190 postos? Até em feira de São Raimundo Nonato? Que loucura! Eles não estão só documentando, estão resgatando cidadania!
Essa CIN é o novo passaporte da dignidade. Quem tem ela, tem direito a existir sem ser tratado como lixo burocrático.
Se o RG morre em 2032, então que morra com honra. A CIN é o futuro, e o futuro tá aqui, no interior do Piauí, com um velho de 72 anos que nunca teve documento e agora pode viajar pro Uruguai sem pedir permissão pra ninguém.
Parabéns, Piauí. Vocês são a prova de que o Brasil pode ser melhor. O resto só reclama.

Leandro Almeida
Leandro Almeida
novembro 17, 2025 02:45

Todo mundo elogiando como se isso fosse uma revolução. Mas e a privacidade? CPF como identificador único? Isso é um banco de dados centralizado com todos os seus dados pessoais em um único ponto. É um sonho para hackers, para o governo, para empresas que querem te rastrear.
Se você acha que isso é liberdade, está enganado. É controle disfarçado de eficiência.
Quem garante que isso não vai virar um sistema de pontuação social? O Piauí pode ser o laboratório do futuro autoritário.

Lucas Pirola
Lucas Pirola
novembro 17, 2025 23:59

...
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Isso é real?
Realmente, 100% em um município de 10 mil?
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Isso é o máximo que já vi em 10 anos de vida pública no Brasil.
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Parabéns.

kang kang
kang kang
novembro 18, 2025 04:32

👏👏👏👏
Isso aqui é o que o Brasil precisa: gente que faz, não que fala.
Documentar é direito, não privilégio.
Se o governo vai até você, você não é número, você é pessoa.
Essa é a verdadeira revolução.
❤️🌍

Juliana Ju Vilela
Juliana Ju Vilela
novembro 20, 2025 02:07

Eu tirei a CIN no posto móvel da minha cidade e foi mais rápido que fazer um agendamento no INSS! Sem fila, sem burocracia, sem drama. Achei até bonito o design!
Minha avó de 80 anos também tirou e agora ela pode ir ao banco sozinha. Ela chorou.
Isso aqui não é política. É amor por quem vive aqui.

Jailma Andrade
Jailma Andrade
novembro 20, 2025 05:42

Como mãe de três filhos em zona rural, quero agradecer. Meu filho mais velho tirou a CIN antes do Enem e não perdeu a prova. Meu caçula, de 10 anos, já tem o documento. Ele não vai crescer sabendo que é "alguém sem papel".
Isso aqui não é só documento. É identidade. É pertencimento. É o Estado dizendo: "Você importa".
Parabéns ao Piauí. Vocês estão ensinando o Brasil a ser humano.

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