Mistério de Vale Tudo: quem matou Odete Roitman em 1988?

Mistério de Vale Tudo: quem matou Odete Roitman em 1988?

Postado por Davi Augusto Ativar 6 out, 2025 Comentários (15)

Quando Beatriz Segall, atriz interpretou a inesquecível Odette Roitman na novela Vale TudoRio de Janeiro, ninguém imaginava que sua morte se tornaria o assunto de conversa nas mesas de bar por quase duas semanas. O episódio foi ao ar na véspera de Natal, 24 de dezembro de 1988, e deixou o Brasil inteiro em suspense até 6 de janeiro de 1989, quando Cássia Kis, atriz revelou ser a assassina – e ainda por engano.

O cenário da novela e a ascensão de um vilão

Vale Tudo, produzida pela TV Globo, chegou às telas em março de 1988 com um roteiro de Gilberto Braga, roteirista. A trama misturava ambição, corrupção e paixão, refletindo a febre de consumo que marcava o Brasil da década.

Odete Roitman, proprietária da empresa fictícia TCA, simbolizava o poder implacável e a tirania corporativa. Seu jeito frio e calculista cativou o público – ninguém gostava dela, mas todos assistiam. A batalha entre Odete e a protagonista Maria de Fátima, vivida por Glória Pires, atriz, se tornou o eixo central da novela.

O mistério que capturou o país

A cena final, gravada em 24 de dezembro, mostrava Odete morrendo de três tiros disparados através de uma porta de vidro. O assassino não foi revelado; o que ficou foi a pergunta que reverberou nas rádios, jornais e nas mesas de café: "Quem matou Odete Roitman?". Durante 11 dias, as especulações foram alimentadas por dicas, teorias conspiratórias e até boatos de que o próprio Dennis Carvalho, diretor da produção, já sabia a identidade.

Segundo o livro "Gilberto Braga: O Balzac da Globo", de Artur Xexéo e Maurício Stycer, três dias antes da gravação o diretor recebeu um telefonema do autor. Braga respondeu com humor: "Quem é a mulher que tem a cara de mais louca do elenco?". A resposta? Cássia Kis.

Bastidores da revelação: quem realmente puxou o gatilho?

Bastidores da revelação: quem realmente puxou o gatilho?

Leila, personagem interpretada por Cássia Kis, era esposa de Reginaldo Faria, ator que interpretava Marco Aurélio. Leila suspeitava que seu marido mantinha um caso com Maria de Fátima, então decidiu eliminar a suposta amante. Confusa e enfurecida, ela entrou no apartamento de Odete, viu a silhueta atravessando a porta de vidro e atirou.

O tiro acertou Odete, que tombou imediatamente. Marco Aurélio, assustado, tentou acalmar a situação, mas Leila, ainda sob o comando de seu marido, escapou junto com ele. A cena foi filmada com cinco versões diferentes do último capítulo, para evitar vazamentos e manter o suspense até o dia da revelação.

  • 24/12/1988 – Episódio com a morte de Odete ao ar.
  • 03/12/1988 – Dennis Carvalho descobre o culpado.
  • 06/01/1989 – Último capítulo revela Cássia Kis como assassina.
  • 1988-2025 – A pergunta "Quem matou Odete Roitman?" permanece na memória.

Impacto cultural e legado na memória coletiva

O assassinato de Odete virou um fenômeno de mídia. Jornais de grande circulação dedicaram capas inteiras ao caso; rádios criaram linhas de telefone para receber palpites; e até quem não acompanhava a novela se via arrastado para a discussão.

Para Cássia Kis, o sucesso trouxe notoriedade instantânea. Ela relatou que, no dia seguinte, sua foto aparecia nas capas de todos os principais jornais como "a assassina de Odete Roitman". A atriz transformou o golpe de cena em um marco de sua carreira.

Beatriz Segall, apesar de ter deixado o papel em 1992, permaneceu na recordação do público como a vilã perfeita. Em entrevista concedida em 2019, ela disse: "Odete Roitman é uma personagem que vai ficar na história; não por um valor meu, mas por tudo o que a novela reuniu".

O caso ainda serve de estudo em escolas de comunicação e marketing, mostrando o poder das novelas de gerar engajamento massivo.

O remake de 2025: novo capítulo, mesma pergunta

O remake de 2025: novo capítulo, mesma pergunta

Em outubro de 2025, a TV Globo lançou um remake de Vale Tudo, trazendo Débora Bloch, atriz no papel de Odete Roitman. O roteiro manteve a estrutura clássica, mas adaptou a trama para os tempos atuais.

A morte da nova Odete foi ao ar em 6 de outubro de 2025, mas, ao contrário da versão original, o corpo foi encontrado no Copacabão Palace no episódio seguinte, reavivando a tradição de suspense e garantindo que a pergunta "Quem matou Odete Roitman?" continue viva nas redes sociais.

Para a geração que não viveu a novela dos anos 80, o remake funciona como um convite a descobrir um pedaço da história televisiva brasileira, enquanto para os mais velhos representa uma nostálgica viagem ao passado.

Perguntas Frequentes

Por que a morte de Odete Roitman virou febre nacional?

A trama misturou suspense, poder e drama em uma época em que poucas produções tinham alcance nacional. Além disso, a estratégia de gravar múltiplas versões do último capítulo impediu vazamentos, mantendo o mistério vivo nos jornais, rádios e conversas de família durante 11 dias.

Quem realmente disparou os tiros que mataram Odete?

A assassina foi Cássia Kis, que interpretava Leila. Ela agiu por engano, acreditando estar eliminando Maria de Fátima, a suposta amante de seu marido.

Como o diretor Dennis Carvalho descobriu quem seria o assassino?

Três dias antes da gravação, Dennis ligou para o autor Gilberto Braga, que, em tom de brincadeira, indicou "a mulher que tem a cara de mais louca do elenco", confirmando Cássia Kis como a escolha.

Qual foi a repercussão da revelação para a carreira de Cássia Kis?

A atriz ganhou visibilidade instantânea; sua foto apareceu nas capas de jornais em todo o Brasil, consolidando seu nome na história da teledramaturgia. Ela recebeu inúmeras entrevistas e convites posteriores, impulsionando sua trajetória artística.

O que mudou na versão de 2025 em relação ao assassinato original?

Na nova produção, o corpo de Odete foi encontrado no luxuoso Copacabão Palace, deslocando a cena do clássico apartamento de vidro. O suspense foi mantido, mas a narrativa foi adaptada para refletir o cenário contemporâneo de luxo e corrupção.

Comentários

Lucas Santos
Lucas Santos
outubro 6, 2025 20:15

Ao analisar o fenômeno mediático que circundou a morte de Odete Roitman, percebe-se uma extraordinária orquestração de suspense, que mobilizou não apenas a audiência televisiva, mas também os veículos impressos da época. A estratégia de múltiplas gravações do último capítulo evidencia uma preocupação meticulosa da produção em preservar o segredo até a revelação oficial. Tal abordagem demonstra, sem sombra de dúvida, a capacidade da teledramaturgia brasileira de gerar engajamento em escala nacional. Não obstante, a cobertura incessante pelos jornais, que dedicaram capas inteiras ao caso, revela um mecanismo de produção de audiência que ultrapassa os limites da mera narrativa ficcional. Assim, conclui-se que o sucesso da trama reside tanto na qualidade da escrita de Gilberto Braga quanto na astúcia do planejamento de divulgação. :)

Larissa Roviezzo
Larissa Roviezzo
outubro 9, 2025 23:41

Cara, esse babado da Odete foi tipo aquele filme de suspense que a gente não consegue parar de assistir, super viciante e cheio de reviravolta sem precisar de filtro

Aline de Vries
Aline de Vries
outubro 13, 2025 03:07

Verdade, mano, a coisa foi tão louca q a galera ainda lembra hoje, n tem como esquecer aquele tiroteio na porta de vidro, foi pica

Wellington silva
Wellington silva
outubro 16, 2025 06:32

Quando se discute a mecânica da narrativa de "Vale Tudo", é imprescindível considerar não apenas o arco dramático dos personagens, mas também a infraestrutura de produção que sustentou a tensão. O uso de múltiplas takes, aliado a técnicas de edição de corte rápido, permitiu que o clímax fosse mantido em segredo. Essa prática, embora custosa, alavancou a curiosidade coletiva, gerando um efeito de virada de mercado na época. Em síntese, a combinação de storytelling robusto com estratégias de distribuição de conteúdo elevou o nível do telefilme nacional.

Marcus S.
Marcus S.
outubro 19, 2025 09:58

A laboriosa construção do suspense em torno da morte de Odete Roitman constitui um exemplo paradigmático da manipulação midiática deliberada.
A decisão de gravar cinco versões distintas da cena final demonstra um planejamento estratégico que beira ao maquiavélico.
Tal prática revela a intenção inequívoca de controlar a narrativa e, por conseguinte, o discurso público.
Os executivos da emissora, ao determinar o calendário de revelação, exerceram poder sobre a percepção coletiva.
É notório que o ambiente televisivo da década de 80 operava como um fórum de poder econômico e cultural.
Consequentemente, a trama não apenas entretêm, mas também serve de instrumento de influenciâo.
A escolha de Cássia Kis como assassina, comunicada através de um telefonema jocoso de Gilberto Braga, ilustra a teatralidade do processo decisório.
Tal decisão, embora pareça aleatória, encaixa‑se numa lógica de maximização de impacto midiático.
A repercussão nas capas dos jornais, nos programas de rádio e nas conversas de bar reforça a eficácia da estratégia.
Ademais, a memória coletiva preserva o questionamento "Quem matou Odete Roitman?" como um marcador cultural.
O fenômeno demonstra que a construção de suspense pode ser instrumentizada para fins comerciais.
Não cabe ao espectador apenas lamentar a perda da personagem, mas compreender as forças econômicas por trás da narrativa.
A crítica, portanto, deve ser dirigida à própria estrutura da indústria televisiva.
Em última análise, a história de Odete serve como alerta sobre a vulnerabilidade do público a técnicas de manipulação.
Assim, concluo que a glória atribuída ao enredo deve ser citada em conjunto com a admiração pela astúcia corporativa que o sustentou.

João Paulo Jota
João Paulo Jota
outubro 22, 2025 13:24

Ah, claro, porque tudo na TV é um complô maquiavélico, né? Só falta dizer que o café também foi parte do plano

edson rufino de souza
edson rufino de souza
outubro 25, 2025 16:49

Não é só teoria da conspiração, é fato documentado que a própria diretoria usava códigos de cores nos roteiros para indicar quem seria o culpado, e o número 13 estava sempre associado à Cássia. O fato de que o telefone de Braga soou três dias antes só reforça o esquema oculto que ninguém ousa admitir publicamente.

Mauro Rossato
Mauro Rossato
outubro 28, 2025 20:15

Olha só que doideira, a novela acabou virando lenda urbana, e ainda tem gente que acha que era só ficção, bem loko

Rafaela Antunes
Rafaela Antunes
outubro 31, 2025 23:41

É impressionante como alguns ainda não sacaram que a trama foi feita pra enganar a gente, é simplesmente ridiculo

vinicius alves
vinicius alves
novembro 4, 2025 03:07

Nem tudo tem que ser análise profunda.

Luciano Hejlesen
Luciano Hejlesen
novembro 7, 2025 06:32

🔥💥 A cena da morte de Odete foi literalmente um marco de suspense, e ainda hoje dá arrepios! 😱🚪💔

Marty Sauro
Marty Sauro
novembro 10, 2025 09:58

Ah, que ótimo, mais um caso de TV que nos lembra que o drama nunca sai de moda, então vamos brindar ao suspense eterno!

Tatianne Bezerra
Tatianne Bezerra
novembro 13, 2025 13:24

É hora de parar de romantizar esse drama antigo e reconhecer que foi pura jogada de marketing agressiva, quem realmente se beneficiou foram os produtores!

Hilda Brito
Hilda Brito
novembro 16, 2025 16:49

Talvez o pessoal esteja exagerando na importância da história, mas cada um tem sua opinião, né?

Bruna Boo
Bruna Boo
novembro 19, 2025 20:15

Olha, o caso é interessante, mas no fim das contas foi só mais um babado de novela pra preencher horário nobre.

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