Inter de Milão 1 x 2 Udinese: virada no San Siro chacoalha a Serie A

Inter de Milão 1 x 2 Udinese: virada no San Siro chacoalha a Serie A

Postado por Davi Augusto Ativar 1 set, 2025 Comentários (0)

Virada da Udinese no San Siro

O roteiro era de favoritismo claro, mas o desfecho foi choque: a Udinese venceu a Inter de Milão por 2 a 1 em pleno San Siro, na tarde de 31 de agosto de 2025, pela 2ª rodada da Serie A. Denzel Dumfries colocou os nerazzurri na frente, Keinan Davis empatou em cobrança de pênalti e Arthur Atta virou. O árbitro Matteo Marchetti comandou o jogo.

O contexto pré-jogo deixava a Inter confortável. O time vinha de 5 a 0 sobre o Torino na estreia e carregava seis vitórias seguidas sobre a Udinese no confronto direto. No histórico recente, a equipe de Milão havia marcado 11 gols nos últimos cinco jogos, enquanto a Udinese chegava invicta em cinco partidas, com oito gols anotados. Para completar, Marcus Thuram liderava a artilharia inicial do campeonato, com dois gols.

Mesmo assim, a Udinese não se encolheu. A Inter começou como se esperava: pressão alta, alas abertos e a dupla Thuram–Lautaro tentando esticar a última linha rival. O gol de Dumfries, ainda na primeira metade do jogo, parecia confirmar o plano: acelerar pelo lado direito, empurrar a Udinese para trás e repetir a cartilha que funcionou na estreia. Só que o time visitante respondeu rápido, manteve o bloco compacto e, na primeira grande chance, arrancou o empate com o pênalti bem batido por Keinan Davis.

O empate mudou o humor do jogo. A Inter teve posse e volume, mas pouca infiltração. A Udinese leu bem as conexões por dentro e negou os giros de Lautaro entre linhas. Thuram, artilheiro do início da Serie A, foi cercado e travado no contato. Sem espaço entre volantes e zagueiros, o time de Milão passou a cruzar mais, cenário ideal para a defesa friulana, que ganhou altura na área e protetores ao redor do goleiro.

Veio a virada com Arthur Atta, o nome mais agressivo do ataque bianconero nas últimas semanas. Ele já vinha se destacando pelo volume de finalizações no gol e, desta vez, foi cirúrgico: atacou o espaço, recebeu e definiu. O San Siro ficou silencioso por alguns segundos. A partir daí, a Udinese jogou o jogo que queria: linha justa, transições curtas e muita concentração nas coberturas laterais para fechar as subidas dos alas interistas.

  • Sequência quebrada: a Inter havia vencido os seis confrontos anteriores contra a Udinese; desta vez, a série caiu.
  • Eficiência friulana: menos posse, mais precisão nas chegadas. Duas grandes chances, dois gols.
  • Pressão sem profundidade: a Inter girou a bola, mas errou nos últimos passes e viveu de cruzamentos.
  • Decisões corretas: Matteo Marchetti marcou o pênalti para a Udinese; Davis bateu com segurança.
  • Protagonismo de Arthur Atta: novamente o mais perigoso da Udinese, coroado com o gol da virada.
O que o jogo revela sobre Inter e Udinese

O que o jogo revela sobre Inter e Udinese

A Inter mostrou energia, mas ficou previsível. A saída de bola funcionou até a intermediária rival; dali para frente, faltou variação. Quando não houve combinações pelo centro, a jogada foi canalizada para o lado direito, onde Dumfries é força e também válvula de escape. O gol dele confirma o valor do plano, mas também escancara a dependência: se o corredor fecha, a equipe precisa de outras rotas para entrar na área, especialmente contra blocos baixos.

Do outro lado, a Udinese sustentou o plano com disciplina. Compactou as linhas, atraiu a Inter para o terço final e protegeu a própria área com muita atenção no jogo aéreo. Quando recuperou a bola, procurou Davis como referência para segurar a jogada e permitir a subida dos meias. Atta atacou as costas dos alas e ganhou duelos em velocidade. Não foi uma avalanche de chances, foi um uso inteligente das poucas que apareceram.

O resultado não apaga o peso histórico do confronto — a Inter ainda tem larga vantagem em vitórias ao longo dos anos —, mas mexe com o curto prazo. Depois de estrear com goleada, o time de Milão perde o embalo e recebe um aviso cedo na temporada: contra adversários bem organizados, o tempo e o espaço somem em um piscar de olhos. Ajustes de circulação por dentro, aproximações entre meias e atacantes e maior surpresa nas inversões podem ser caminhos para retomar o controle de placar e desempenho.

Para a Udinese, a vitória é combustível. Manter a invencibilidade recente e pontuar fora, na casa de um candidato ao título, muda a conversa no vestiário. Gera confiança para repetir o modelo contra rivais de maior porte e dá tranquilidade para trabalhar durante a semana. Em termos de narrativa, é o triunfo que transforma “bom início” em algo mais concreto.

Individuais à parte, o duelo também deixou lições táticas claras: a Udinese empurrou a Inter para um jogo de cruzamentos e segunda bola, e a Inter não encontrou linhas de passe limpas entre zaga e meio adversários. Mérito do posicionamento friulano, que cortou diagonais e obrigou a bola a rodar sem ferir. Quando o time de Milão acelerou, faltou o último toque. Quando desacelerou, a Udinese se reorganizou.

San Siro sentiu. Do barulho depois do 1 a 0 ao silêncio na virada, o clima refletiu a queda de rendimento dos mandantes. A arbitragem de Matteo Marchetti manteve o jogo sob controle e a Udinese segurou o resultado até o apito final. Para a Inter, é virar a chave e usar o alerta como motor. Para a Udinese, é celebrar, sim, mas sobretudo guardar o roteiro: bloco compacto, transições objetivas e aproveitamento alto das chances.