Fim da disputa judicial e compra da participação
Em entrevista exclusiva à CNN Brasil, Wesley Batista, acionista e membro do conselho da JBS, revelou que a longa batalha judicial entre a holding J&F e a multinacional Paper Excellence chegou ao fim. O impasse, que se arrastava desde 2018, foi resolvido com a compra da participação de 49% detida pela Paper Excellence por mais de Eldorado por R$ 15 bilhões, tornando a J&F a única acionista da empresa celulósica.
Batista afirmou que o acordo não foi um "perda", mas sim um “retorno extraordinário” para o antigo parceiro, que vendeu sua cota após ter lucrado com o investimento inicial. "O que gostamos de fazer é trabalhar, não brigar", disse o executivo, reforçando a postura de quem prefere fechar negócios a manter litígios.
A origem do conflito remonta a setembro de 2017, quando a J&F vendeu 49,41% das ações da Eldorado por R$ 3,8 bilhões, juntamente com um pacto que previa a aquisição das ações remanescentes, condicionada ao pagamento de dívidas da empresa. No ano seguinte, a Paper Excellence entrou na justiça alegando que a J&F não havia cumprido os requisitos necessários para que a compra das ações restantes fosse concluída.
Com a transação final – um pagamento à vista de US$ 2,64 bilhões – ambas as partes declararam encerramento definitivo de todas as ações judiciais e arbitrais. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) também aprovou o acordo, sem aplicar sanções, o que garante a estabilidade regulatória do negócio.
Investimento de R$ 25 bilhões para expansão da celulose
Ao mesmo tempo em que celebra a resolução do litígio, Wesley Batista apresentou um ambicioso plano de expansão para a Eldorado. Durante o seminário Brasil Hoje, organizado pela Esfera Brasil em São Paulo, ele detalhou um investimento de R$ 25 bilhões destinado à construção de uma segunda linha de produção em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul.
A nova linha adicionará 2,6 milhões de toneladas de celulose à capacidade atual de 1,8 milhão de toneladas, totalizando quase 4,4 milhões de toneladas anuais. O projeto inclui:
- Construção de 90 km de ferrovia própria para escoamento da produção.
- Investimento em plantios de florestas de eucalipto para garantir matéria-prima sustentável.
- Ampliação da fábrica com tecnologias de última geração para melhorar a eficiência energética.
Essa expansão faz parte de um plano mais amplo da J&F, que prevê um investimento total de R$ 50 bilhões nos próximos anos, distribuído entre diversas companhias do grupo. A meta é gerar 50 mil empregos diretos e indiretos.
Especificamente para a Eldorado, a segunda linha deve criar cerca de 10 mil empregos durante a fase de construção e mais 2 mil posições após a operação estar plenamente ativa. Atualmente, a empresa já emprega mais de 5 mil trabalhadores e exporta para 40 países em todos os continentes.
Além de impulsionar a economia regional, o investimento reforça o compromisso da J&F com a produção de celulose de alta qualidade e sustentável. A empresa, que opera em 22 países e tem mais de 290 mil funcionários no total, vê na expansão de Eldorado um pilar estratégico para consolidar sua presença no mercado global de papel e celulose.
Com a disputa encerrada e os planos de expansão em andamento, a Eldorado está posicionada para se tornar uma das maiores produtoras de celulose do mundo, agregando valor ao Brasil tanto em termos de exportação quanto de desenvolvimento econômico interno.
Rian Reis
Isso é o que chamo de virar a página com estilo! 💪 R$25 bi em investimento? Pode confiar, o Brasil vai sentir isso na pele. Parabéns à J&F!
Maria Antonieta
A despeito das externalidades ambientais e da concentração de capital, a operação demonstra uma eficiência operacional notável, com internalização de custos logísticos e sinergias de escala que elevam o EBITDA marginal em aproximadamente 32% segundo modelos de DCF ajustados.
Diego cabral
Então agora é 'retorno extraordinário'... mas quando eles venderam por R$3,8 bi, ninguém falou em 'lucro extraordinário'. Só quando dá certo, né?
Bruna Castanheira
A transação, embora tecnicamente elegante sob a ótica da governança corporativa, evidencia uma falha sistêmica na regulação de oligopólios setoriais. A aprovação do CADE sem imposição de condicionantes, mesmo diante da concentração de 49% da capacidade nacional de celulose, constitui um precedente perigoso para a concorrência efetiva no mercado de bens primários.
Rodrigo Maciel
R$25 bilhões. Em celulose. No interior do Mato Grosso do Sul. Meu Deus. Isso não é negócio. É uma epopéia. Uma ode à produtividade brasileira. O mundo vai olhar e se lembrar: o Brasil não só planta árvores - ele constrói impérios.
Gabriela Keller
Toda vez que alguém fala em 'sustentável' com um investimento de R$25 bi, lembro que o planeta não tem conta corrente. A gente troca floresta por ferrovia e chama de progresso. Mas e o que fica no chão?
André Dagostin
Isso aqui é bom pro Brasil. Mais emprego, mais exportação, mais dinheiro entrando. Eles vão plantar eucalipto, construir trem, fazer tudo direitinho. Não é só dinheiro, é futuro.
Marcio Rocha Rocha
Você acha que isso é só negócio? Isso é poder. Eles compraram a concorrência, compraram a justiça, e agora vão comprar o mercado global. E ninguém vai dizer nada, porque todo mundo quer um pedaço disso.
Joseph Lewnard
Vamos falar sério: 10 mil empregos na construção + 2 mil fixos? Isso muda a vida de cidades inteiras. Se a empresa fizer direito, esse projeto pode ser um exemplo de como o setor privado pode ser motor de desenvolvimento. Não é só lucro, é inclusão.
Yasmin Lira
eu to vendo tudo isso e so consigo pensar no que vai acontecer com os ribeirinhos e os animais que vivem la perto das florestas q vao ser cortadas...
Alberto Lira
R$25 bi pra plantar árvore e vender pro mundo. E o povo aqui ainda acha que o Brasil é um país de futuro.
Andressa Lima
A aprovação do CADE sem condicionantes, embora tecnicamente válida, exige uma análise de impacto socioambiental mais robusta, especialmente considerando a escala do empreendimento e a vulnerabilidade ecológica da região de Três Lagoas. A sustentabilidade não é apenas um termo de marketing.